
Quando alguém pede um bauru na maioria das lanchonetes ou padarias do País, geralmente recebe um pão (francês ou de forma) recheado com presunto, queijo e tomate. Porém, uma corrente de historiadores considera “o verdadeiro bauru” aquele surgido na lanchonete Ponto Chic do Paissandu, centro de São Paulo, em 1937. O famoso lanche é a maior atração da lanchonete. E completa 80 anos em 2017.
Quem mora em São Paulo provavelmente já provou o lanche, que é bem gostoso, principalmente em razão da mistura de queijos que acompanha o rosbife. Custa R$ 24,90.
Como queríamos saber a reação de alguém que o experimenta pela primeira vez, levamos o amigo Roberto Borges (apelido Bolt, por lembrar o velocista jamaicano), que mora em João Pessoa, e visitava a cidade na semana passada, para assistir a um jogo do seu time, o Palmeiras (ninguém é perfeito…)
O Menu da Lú recomenda o lanche. E Bolt aprovou. “O picles dá um toque especial ao sabor”, comentou.

Na ocasião, pedimos também um frango à passarinho (R$ 43,01). Na opinião do amigo, “O melhor frango à passarinho que já comi na vida. Sequinho e um sabor acentuado pelo alho frito, uma delícia!”
Ele só fez uma ressalva: “O chope (Brahma, R$ 9,56) poderia estar um pouco mais gelado”.
De sobremesa, pedimos o pudim de leite condensado (R$ 6,74). A opinião da mesa é que estava apenas bom.
A lanchonete visitada foi a do Paraíso, já que o hotel no qual Bolt se hospedava ficava a um quilômetro dali. Bolt se encantou com a localização e com o atendimento. “Os profissionais parecem estar na casa já a bastante tempo”.

O sanduíche leva o nome da cidade de Bauru porque, nos anos de 1930, o estabelecimento era ponto de encontro de universitários abastados, filhos de agricultores de café do interior do Estado. O estudante de direito Casimiro Pinto Neto, apelidado pelos amigos de Bauru (por motivos óbvios), frequentador assíduo do Ponto Chic, decidiu adentrar o balcão e preparar ele mesmo um lanche, dizendo aos colegas de mesa: “Vou fazer para vocês o melhor sanduíche que podem comer”. Derreteu queijos, adicionou rosbife e voilà: seria inventado o bauru, que acabou entrando para o cardápio da casa em razão do sucesso que fez entre os comensais.

Hoje o bauru é o carro chefe do Ponto Chic. A casa vende 1.200 desses lanches por dia. É preparado com rosbife e queijos prato, estepe, gouda e suíço, além de picles. Curiosidade: no original inventado por Casimiro não entrava o picles, pois o rapaz sofria de úlcera e não podia comer pepino. As informações históricas integram o livro Ponto Chic – Um Bar na História de São Paulo (Editora Senac São Paulo), de Angelo Iacocca.
A lanchonete conta com três filiais (Paraíso, Perdizes e Ribeirão Preto). Não tem planos de abrir uma loja em Bauru. Todas fazem entregas.